Cuidado com o excesso de sódio
Principal componente do sal de cozinha, o sódio é essencial para a execução de funções vitais do corpo humano. Sem ele, o organismo não seria capaz de transportar nutrientes e oxigênio, transmitir impulsos nervosos ou mover músculos. Em contrapartida, oconsumo excessivo é extremamente nocivo à saúde. Isso acontece porque o sódio retém água e estimula os vasos sanguíneos à vasoconstrição, o que eleva a pressão arterial. Dessa forma predispõe o corpo a doenças cardíacas e renais.
Exagerar na dose de sódio é mais fácil do que se imagina. O consumo por dia não deve ultrapassar 2,8g do mineral, o que equivale a 4g de sal. Estudo recente que analisou o consumo de sódio na população de 187 países apontou que mais de 1,6 milhão das mortes por doença cardiovascular a cada ano no mundo podem ser atribuídas ao excesso do consumo de sódio.
No Brasil, conforme dados do levantamento, a média de consumo diário por pessoa é de 4,2 gramas, maior que a média mundial – 3,9 gramas – e mais que o dobro dos 2 gramas por dia recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“É preciso focar a prevenção cada vez mais e alertar com políticas eficazes de redução do consumo do sódio. A cada estudo, os números são alarmantes. A população precisa estar ciente de que o assunto é sério, não à toa tem causado mortes pelo mundo todo”, frisa o cardiologista do Centro do Coração e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Ricardo José Rodrigues.
A elevada ingestão de sódio já é conhecida como fator preponderante para o aumento da pressão arterial, um risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares. “Quando o sal entra no corpo, ele é absorvido pelo intestino e vai direto para o sangue. Se é consumido em grande quantidade, cai na mesma proporção nos vasos. Como a água do corpo é sugada pelo cloreto, o organismo, na tentativa de manter o equilíbrio e normalizar a falta de água, eleva a pressão arterial para aumentar fluxo de sangue circulando”, esclarece Rodrigues.
“A hipertensão é uma doença crônica, de causa multifatorial e genética. Acomete os vasos do organismo produzindo dano aos órgãos por eles irrigados. Na maioria das vezes não apresenta sintoma e o diagnóstico se dá pela medida da pressão”, explica o médico.
A principal dica para reduzir o consumo de sódio é preparar os alimentos com uma quantidade de sal suficiente para dar sabor e evitar o consumo de pães, queijos embutidos, enlatados, além de retirar o saleiro da mesa. É preciso ainda ficar alerta com produtos industrializados, nos quais o sódio também é utilizado massivamente como conservante e aromatizante.
Tais males não indicam, no entanto, que o sal e cloreto de sódio devam ser eliminados da dieta. A sua ausência também traz consequências ruins. “O sódio é um dos 22 minerais considerados essenciais na alimentação e tem papel fundamental na manutenção do equilíbrio e distribuição dos líquidos corporais (dentro e fora das células), além de contribuir para a contração muscular e transmissão dos impulsos nervosos, ritmo cardíaco, permitindo o bom funcionamento do cérebro e o controle adequado das funções vitais do organismo”, explica o cardiologista.
Quando há uma queda rápida dos níveis de sódio (hiponatremia), os principais sintomas são: diminuição da pressão, confusão mental, letargia, anorexia, convulsões, coma, náuseas, vômitos, câimbras, fraqueza. “Ainda, o sal de cozinha é para nós a principal fonte de iodo. A deficiência dessa substância no corpo pode causar deficiência mental e abortos espontâneos”, complementa.
Produtos processados campeões de sódio
1.Macarrão instantâneo com tempero – 2721 mg de sódio em 85 g
2.Macarrão instantâneo sem tempero – 1198 mg de sódio em 80g
3.Frango empanado – 759 mg de sódio em 130 g
4.Hambúrguer bovino – 567 mg de sódio em 80g
5Salsicha – 551 mg de sódio em 50g
6.Hambúrguer de frango – 525 mg de sódio em 80 g
7.Biscoito de polvilho – 270 mg de sódio em 30g
8.Biscoito cream cracker – 230 mg de sódio em 30g
9Salgadinho de milho – 176,9 mg de sódio em 25g
1Requeijão – 165 mg de sódio em 30
Fonte: Anvisa