Estudos relacionando o consumo de vinho e risco de doenças cardíacas têm descoberto que pessoas que nunca bebem vinho e os que bebem muito têm risco mais elevado, enquanto os que consomem vinho moderadamente têm risco menor. Estudos também apontam que o consumo moderado de outras bebidas alcoólicas poderia oferecer proteção ao coração, porém esse efeito protetivo é maior com os vinhos. 

O vinho tinto possui substâncias chamadas de flavonóides, que atuam na estabilidade da parede dos vasos sanguíneos, diminuindo a possibilidade de acúmulo de placas de gordura nesses vasos. Em outras palavras, isso quer dizer que, com a diminuição da formação de placas, pode-se evitar, por exemplo, o infarto. A obstrução coronária leva à isquemia, que é a diminuição ou falta total de oxigênio no músculo do coração, e isso se traduz por doenças como angina (dor no peito) e infarto, que pode inclusive matar imediatamente. 

O vinho, assim como também o suco puro da uva, contém outro grupo de substâncias químicas, os polifenóis, que atuam numa enzima vaso-protetora presente no coração que sintetiza o óxido nítrico, outro importante elemento para estabilizar as placas de gordura. O vinho pode ser consumido com moderação – 200 ml diariamente – e não tem nenhum efeito o consumo de uma garrafa de vinho num final de semana. A moderação tanto no consumo do vinho quanto na alimentação é que produzem o resultado positivo final na saúde. 

Ricardo Rodrigues – cardiologista (Londrina)