Um em cada cinco brasileiros tem hipertensão
“O maior vilão tem sido o estilo de vida moderno”
Amanhã, dia 29 de setembro, quem ganha uma maior atenção é o coração. A data, marcada mundialmente, serve como alerta para toda a sociedade lembrar da importância de manter bons hábitos e realizar exames preventivos.
Em todo o mundo, as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de mortes. A hipertensão arterial, por exemplo, é uma delas. O levantamento anual Heart Disease and Strokes Statistics, da American Heart Association, mostra que, de 2001 a 2011, a taxa de morte por hipertensão aumentou 13,2% em mais de 190 países pesquisados.
O Brasil surge em sexto lugar, com altas taxas de morte por doenças cardíacas, infartos e hipertensão arterial, entre homens e mulheres de 35 a 74 anos. Estimativas da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) revelam ainda que a hipertensão atinge 30% da população adulta, sendo que em indivíduos acima de 60 anos esse número pode chegar a 50%.
Além disso, a SBH estima que somente 23% dos pacientes controlam corretamente a doença, enquanto 36% não o fazem. Esses dados foram discutidos durante o 23º Congresso Brasileiro de Hipertensão, realizado no mês passado, no Rio de Janeiro.
O Ministério da Saúde aponta ainda que um em cada cinco brasileiros está com a pressão alta e quando essa projeção envolve adultos entre 60 e 64 anos, a estatística sobe para quatro em cada dez brasileiros.
No Paraná, dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a hipertensão atinge 1,7 milhão de pessoas acima de 18 anos, o que corresponde a 21,4% da população.
“O número de mortes na modalidade por doença hipertensiva aumentou e isso revela que precisamos, individualmente, não considerar somente o nível de pressão, mas também o conjunto de fatores de risco que se agregam”, comenta Frida Liane Plavnik, diretora científica da SBH.
Para o cardiologista Laercio Uemura, o maior vilão tem sido o estilo de vida moderno. Ele afirma que uma má alimentação leva ao consumo de muito sal, gordura e consequentemente ao ganho de peso, alterações na taxa de açúcar, entre outros. “É um conjunto, um ciclo vicioso. Hoje temos também muito fast food e passamos mais tempo em frente ao computador e televisão, sem contar a correria e o estresse do dia a dia”, conclui.
Micaela Orikasa
Reportagem Local
Folha de Londrina
28/09/2015