Cuidado com a miocardite
Entre todas as doenças do coração, ela ainda é uma das menos conhecidas. A miocardite, inflamação do coração, tem um retrospecto assustador, principalmente para os jovens. Um estudo publicado na revista “American Heart Journal”, aponta que ela é responsável por até 20% das mortes súbitas pessoas mais novas.
De acordo com o cardiologista Ricardo José Rodrigues, do Centro do Coração de Londrina, isso se explica por que na maioria dos casos os médicos acabam confundindo o problema com estresse ou até mesmo complicação originada por uma simples gripe.
“Os sintomas mais normais são palpitação, dores no peito e falta de ar. E o fato de o paciente ser jovem, a maioria acaba desconsiderando a possibilidade de algo mais grave no coração”, explica o médico.
Rodrigues orienta que o diagnóstico precoce pode fazer a diferença, principalmente quando o paciente procura a emergência, onde o atendimento “precisa ser completo e rápido”.
O tratamento para a miocardite é simples e inclui medicação e repouso, além do acompanhamento médico, fundamental para identificar possíveis sequelas.
Segundo o médico, a inflamação pode ser autolimitada e regredir sozinha com o tempo, sem trazer grandes complicações. “Mas cada organismo reage de uma forma e existe a possibilidade dela tornar-se crônica”, ressalta Rodrigues.
Ainda segundo o estudo, aproximadamente 50% dos casos respondem bem ao tratamento e avançam sem sequelas. Outros 25% apresentam algum tipo de comprometimento e 25% tendem a piorar, levando o paciente, em alguns casos, ao transplante de coração. “A doença é grave, mas o tratamento é eficaz na maioria dos casos”, encerra.
Principais sintomas da miocardite:
Os sintomas de miocardite, normalmente, surgem após uma infecção e incluem:
- Febre acima de 38º;
- Dor muscular;
- Dor no peito;
- Falta de ar;
- Tonturas.
O paciente pode não apresentar qualquer sintoma na fase inicial, no entanto, nos casos mais graves podem surgir palpitações, inchaço das pernas e desmaios.