Tempo seco e baixa umidade: pneumologista do Centro do Coração dá dicas para amenizar problemas respiratórios
Períodos de longa estiagem são grandes vilões para o nosso organismo. Bastante característicos do final de inverno, por exemplo, eles podem ser um problema ainda maior para quem já possui problemas respiratórios.
O maior malefício da baixa umidade do ar é a desidratação das células, principalmente da pele e das mucosas. Narinas e olhos ressecados, cansaço e dor de cabeça são sintomas que podem aparecer quando faltam água e sais minerais no organismo. Com índices mais baixos de umidade, as pessoas têm dificuldade para respirar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice ideal é de 60%. “Quando este índice está abaixo de 50% já é necessário aumentar a quantidade de água que você ingere, abaixo de 30% até para sair de casa fica difícil”, explica o pneumologista Marcos Ribeiro, do Centro do Coração de Londrina.
“Durante o período de chuvas as pessoas são menos expostas a variação de umidade, porém durante uma sequência de três a quatro dias ou mais de tempo seco, os problemas respiratórios podem se iniciar”, destaca o médico.
Cuidados simples, como ingestão de líquido, fazer inalação e lavar o nariz com soro fisiológico podem ajudar a evitar problemas graves de saúde.
O especialista ainda alerta para a escolha do horário para a prática esportiva a céu aberto. Segundo ele, quem opta pelo meio da manhã ou final da tarde estaria mais exposto à poluição, dependendo da área em que esteja praticando esta atividade, aumentando as chances de um problema respiratório. “Se esta atividade for realizada ao longo de ruas ou avenidas, estes são os horários em que existem mais carros nestes locais, portanto mais eliminação de poluentes por estes veículos e mais exposição. É um risco aumentado, que as pessoas assumem sem saber”.
“Aquelas pessoas que já têm uma doença pulmonar, como asma ou DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), causada na maioria dos casos por alergias ou pelo tabagismo, apresentam maior risco de verem agravar seus sintomas, justamente pelo tempo seco”, acrescenta o pneumologista do Centro do Coração.
Ribeiro reforça que, no caso destas pessoas, em específico, com a umidade muito baixa e índices de poluição mais altos, é indicado não se expor durante estes horários.
A longo prazo pode acontecer de estas pessoas terem reduzidas suas capacidades respiratórias, além de outros efeitos indiretos, como o desencadeamento de doenças cardíacas. “O maior índice de procura de prontos-socorros por eventos cardíacos é registrado justamente após um pico de poluição. Há vários trabalhos científicos demostrando isso”, observa o médico.
