Sedentarismo causa tantas mortes quanto cigarro
O sedentarismo pode ser tão letal quanto o
tabagismo. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira na revista médica The Lancet, a falta de atividade física foi
responsável por 5,3 milhões das 57 milhões de mortes registradas no mundo em
2008. O cigarro, por sua vez, leva cerca de cinco milhões de indivíduos a óbito
todos os anos, apontam os pesquisadores.
Tais números, de acordo com o relatório,
fazem com que o sedentarismo possa ser classificado como uma pandemia. Esse
trabalho faz parte de uma série de artigos que o periódico vem divulgando sobre
exercícios físicos, aproveitando a proximidade da Olimpíada de 2012, que
começa na próxima semana em Londres.
A pesquisa considerou inatividade
física como a prática de menos do que 150 minutos de atividade física moderada
(caminhada rápida, por exemplo) ou menos do que 60 minutos de exercícios
intensos (como corrida) por semana. Segundo os dados, esse quadro atinge um
terço da população mundial adulta (maior do que 15 anos), e é ainda mais
prevalente entre os adolescentes: quatro em cinco jovens de 13 a 15 anos não
atingem os níveis mínimos de atividade física. O sedentarismo se torna
mais comum conforme as pessoas ficam mais velhas e atinge mais mulheres do que
homens e pessoas de países risco.
Esse estudo foi desenvolvido por
uma equipe de pesquisadores das universidades de Harvard e da Carolina do Sul,
ambas nos Estados Unidos, do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC,
sigla em inglês), órgão de saúde americano, e do Instituto Nacional para Saúde
e Bem-Estar da Finlândia. Para os autores, um dos grandes responsáveis
pela inatividade física no mundo são os meios de transportes motorizados, que
acabam aumentando o número de horas em que um indivíduo permanece sentado
durante o dia.
No artigo, eles reforçam a
importância de as autoridades dos países promoverem a atividade física entre a
população, ampliarem o acesso das pessoas a espaços públicos onde elas possam
exercitar-se e garantirem a segurança de pedestres e ciclistas. Segundo
estimativas dos pesquisadores, aumentar os níveis de atividade física entre a
população mundial em 10% poderia evitar mais de 500.000 mortes em todo o mundo
ao ano.
Fator de risco — De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a inatividade física é o quarto maior fator de risco para doenças
crônicas, ficando atrás somente da hipertensão, do tabagismo e do colesterol
alto. A pesquisa publicada na revista The Lancet mostrou que o sedentarismo
causa 6% dos casos de doença cardíaca coronariana, 7% de diabetes tipo 2 e 10%
dos casos de cânceres de mama e cólon.
Conteúdo retirado do site: http://veja.abril.com.br/, em 18/07/2012 às 11h56.