Saiba mais sobre a ablação, cirurgia pela qual passou o técnico Alemão, do LEC

Saiba mais sobre a ablação, cirurgia pela qual passou o técnico Alemão, do LEC
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Cansaço, palpitações, desmaios, tontura. Estes são alguns dos principais sintomas das arritmias cardíacas. Elas acontecem quando o coração começa a bater descompassado, fora de ritmo. Nos últimos anos, elas têm sido um pesadelo para técnicos de futebol. A lista que tem nomes como Cuca, Renato Gaúcho e Abel Braga agora inclui o treinador do Londrina Esporte Clube, Alemão.

Na última semana, o jovem técnico do LEC, de 44 anos, paciente do cardiologista Luiz Carlos Miguita, do Centro do Coração, foi submetido a uma ablação de fibrilação atrial, técnica utilizada na medicina cardiológica para corrigir as temidas arritmias cardíacas. O procedimento foi conduzido pelos cirurgiões Gustavo Galli Reis e Cláudio Caetano, que trabalharam em conjunto com Miguita, cardiologista do Londrina Esporte Clube há mais de 30 anos. “A cirurgia foi um sucesso”, conta Galli Reis.

A ablação

A ablação é um procedimento utilizado para cauterizar os focos que podem originar a arritmia. Em pacientes com sintomas ela responde com alta de taxa de efetividade. “Tende a interrompê-la em torno de 80% dos pacientes. A gente faz o isolamento das veias pulmonares, que são os gatilhos para as arritmias”, explica.

Ele reforça que o procedimento envolve técnicas que estão entre as mais avançadas no campo da cirurgia cardiológica. “É muito interessante até para se assistir, por que subimos três cateteres e eles navegam pelo átrio esquerdo do coração, onde está a origem dessas arritmias.  E ele vai reconstruir a imagem para o cirurgião em dimensão 3D”.

A técnica tem sido bastante utilizada nos últimos anos para recuperar ex-atletas e treinadores de futebol. Cuca, Renato Gaúcho e Abel Braga tiveram de recorrer a ela para afastar o perigo das arritmias. Para o cardiologista, a alta incidência nesse público pode ter ligação com um fator em especial. “Essa arritmia (fibrilação atrial) é multifatorial e engloba diversos fatores de riscos. E eles vão aos opostos. Temos sedentarismo, obesidade, diabetes e hipertensão. Por outro lado, a atividade física em excesso, caso de atletas de alto rendimento, pode ser fator de risco”, destaca Galli Reis.

“Há trabalhos interessantes que mostraram, por exemplo, que em atletas de alto rendimento, de meia idade, os riscos são aumentados, com uma taxa de incidência maior”, acrescenta o médico.

Um dos cardiologistas esportivos mais experientes do Brasil, Luiz Carlos Miguita ressalta que chama a atenção a alta incidência de arritmias em treinadores de futebol no Brasil recentemente. “Nos últimos dois anos, seis deles já tiveram que passar por esse procedimento, o último foi o Levir (Culpi – ex-treinador do Atlético Mineiro), semana passada, em Curitiba”, lembra o médico do Centro do Coração.

“É muito perigoso. É um alerta que fica para esse pessoal de meia idade que vai fazer esporte de alto rendimento. Isso aí como mecanismo de prevenção não está indicado”, reforça Miguita.

O caso de Alemão

O atual treinador do Londrina Esporte Clube começou a apresentar os primeiros sintomas em outubro do ano passado, durante uma partida de futebol no CT da SM Sports, em Londrina. “Senti que estava muito cansado, muito mais que o normal. Dois dias depois me senti mal novamente e corri para o hospital”, relembra.

Galli Reis explica que Alemão teve fibrilação atrial, a arritmia crônica mais comum que existe. Segundo o especialista, ela acomete em média de 2% a 3% da população mundial. “Porém, é uma taxa subestimada por que muitos não têm sintomas, então acabam não fazendo o diagnóstico. No caso do Cidimar, ele teve quadro de cansaço e palpitação, que é a sensação do batimento desordenado”, aponta.

“O coração tem uma rede elétrica e o normal é ele bater de modo compassado. No caso da fibrilação atrial, há um descompasso do batimento, e isso aumenta o risco de eventos tromboembólicos, como o AVC isquêmico”, alerta o médico.

O processo de recuperação é de uma semana, em média, e o paciente deve respeitar uma limitação de movimento para evitar forçar a região da virilha, onde é feita uma incisão mínima para inserção do cateter que faz a. “É uma recuperação bem tranquila. A parte cardiológica é bem tranquilo, recupera rapidamente”, cita Galli Reis.

“Importante é que correu tudo bem, e agora é focar na recuperação. O Alemão está bem e volta ainda mais forte para focar na missão de levar nosso Tubarão à Série A do Campeonato Brasileiro”, atesta Miguita.

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