O mesmo exame com objetivos diferentes

O mesmo exame com objetivos diferentes
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24/02/2014 — 00h00

O cardiologista Laércio Uemura diz que um médico deve estar presente sempre que o teste for realizado com fins de diagnóstico
O professor de treinamento esportivo e fisiologia aplicada ao esporte da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Luiz Cláudio Spanganelli defende que o teste ergométrico com finalidade de diagnosticar doenças cardíacas seja realizado apenas pelos profissionais da medicina. Ele afirma, porém, que o teste feito por professores de Educação Física não é prejudicial desde que o aluno já tenha passado por exame médico anteriormente. “O cardiologista faz o exame com o apoio de um eletrocardiograma, desta forma o paciente é submetido a uma série de análises que possibilitam identificar algumas cardiopatias. Nas academias a pessoa também faz a caminhada na esteira e o coração tem o mesmo trabalho, mas não é monitorado”, explica. 

O médico cardiologista Laércio Uemura explica que, por conta dos riscos, um médico deve estar presente sempre que o teste ergométrico for realizado com fins de diagnóstico. “Pode haver arritmia, a pressão pode oscilar e eventualmente o indivíduo pode apresentar falta de ar e até episódios de desmaio”, explica. Conforme ele, em algumas dessas situações é necessário suspender o exame, mas essa definição requer conhecimento específico. 

Spanganelli destaca que o objetivo dos professores de Educação Física é outro. “Não queremos fazer diagnóstico, mas analisar o comportamento do indivíduo diante do esforço físico. As academias não fazem testes máximos (que levam o indivíduo à exaustão), trabalham apenas com testes submáximos”, aponta. O professor acrescenta que o exame é realizado para acompanhar o desempenho dos alunos ao longo do tempo. “Até mesmo em alguns concursos públicos estes testes são realizados”, defende. 

Uemura é da mesma opinião. Para ele, o procedimento realizado nas academias é basicamente uma avaliação física. “O teste ergométrico realizado para fins de diagnóstico é que traz uma preocupação maior. As academias estão exigindo uma avaliação cardiológica antes do aluno iniciar os programas de atividades físicas e isso já evita complicações”, aponta. Ele considera que se o procedimento for realizado após avaliação médica não há empecilho. “Neste caso os profissionais de Educação Física avaliam a resistência e o condicionamento físico do indivíduo. É diferente do exame que a gente faz para fins de diagnóstico e pela busca de patologias”, ressalta.
Michelle Aligleri
Reportagem Local
Folha de Londrina
24/02/2014
em frente à clínica

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