Horário de verão e seu coração
Por outro lado, o horário de verão faz as pessoas irem para a cama mais tarde, privando-as de um tempo precioso de sono. Essa situação só faz aumentar a gravidade de um quadro que infelizmente se tornou crônico na modernidade. As pessoas acabam dormindo menos. Em 1900, a média de tempo de sono por noite era de 9 horas. Hoje, este número já caiu para menos de 7.
É por isso que essa aparente mudança inócua do horário de verão pode se mostrar bastante prejudicial para o coração, ao longo do tempo.
Existem muitas evidências demonstrando que a privação de sono pode ser prejudicial para o sistema cardiovascular. “A privação do sono pode desencadear aumento imediato da atividade simpática e produção de citoquinas pró-inflamatórias, condições ruins para o organismo”, alertou o cardiologista Ricardo Rodrigues, do Centro do Coração de Londrina.
Alguns estudos feitos já comprovaram que após o período de privação, há o aumento de atividade simpática e disfunção endotelial (camada que reveste internamente os vasos). “São dois fatores que favorecem o aparecimento de hipertensão arterial e a aceleração do processo de envelhecimento dos vasos, a aterosclerose”, explica o médico.
Dormir pouco também está associado à resistência à insulina, que pode levar ao diabetes, e à obesidade – dois fatores maléficos para o sistema cardiovascular.
Para não ter problemas com o seu coração durante o horário de verão, é importante seguir algumas dicas. A principal é respeitar o sono e não mudar o horário de ir para a cama. “Mesmo que ainda não esteja com sono, o importante é você ir para a cama no mesmo horário, e evitar atividades e alimentos que sejam estimuladores, dando prioridade àqueles relaxantes”, encerrou o cardiologista.