Hipertensão x disfunção erétil
A disfunção erétil afeta mais de 70% dos homens com quadro
de hipertensão grave. Foi o que mostrou resultado de um grande estudo recente
feito no Brasil (Projeto Avaliar), que analisou a vida sexual de pouco mais de
71 mil homens, com idade superior a 18 anos em 380 cidades de 23 estados
brasileiros.
De acordo com a pesquisa, a maior amostra já reunida
nesse gênero de pesquisa no mundo, a incidência disfunção erétil (seja ela
mínima, moderada ou grave) aumentou de 47% em adultos com pressão arterial
normal para 73,5% em hipertensos graves. A DE é definida como uma dificuldade
ou incapacidade (persistente) de se obter ou manter uma ereção suficiente para
uma vida sexual satisfatória.
O risco relativo de DE em hipertensos leves, moderados
ou severos, aumentou em 40%, 100% e 140%, respectivamente. Esses resultados
indicam que a presença e a gravidade da hipertensão arterial estão
significativamente relacionadas à DE.
O cardiologista do Centro do Coração, de Londrina,
Ricardo Rodrigues, lembra que pacientes com histórico de hipertensão acentuada
devem tomar alguns cuidados na hora da relação sexual.
“Pacientes hipertensos que não realizam controle
adequado têm riscos durante a atividade sexual, bem como outras atividades que
demandam esforço físico. Dessa forma, o uso de drogas estimulantes, como o
Cialis, Viagra e outras do mesmo gênero, que facilitam o retorno às atividades
sexuais, devem ser evitadas até que o quadro hipertensivo seja adequadamente
avaliado e controlado, através de uma orientação médica”, orienta o
especialista.
Ele acrescenta que profissionais de saúde devem ficar
atentos à presença da disfunção erétil em pacientes com risco aumentado para
hipertensão arterial, especialmente porque a doença geralmente não apresenta
sintomas mais agudos.
“Atualmente, a Medicina considera a
disfunção erétil um sinal importante de doença cardiovascular, já que os mesmos
fatores de risco envolvidos na gênese de doenças como o infarto do miocárdio e
acidente vascular cerebral (AVC) são comuns em pacientes com queixas de DE”,
explica Rodrigues.