HIPERTENSÃO - Risco que pode ser evitado

HIPERTENSÃO – Risco que pode ser evitado
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Cardiologista alerta que é importante as pessoas cultivarem hábitos de vida saudáveis.

Qual foi a última vez que você mediu sua pressão? Se sua resposta foi há mais de um ano, tem uma vida sedentária e uma alimentação pouco saudável, fique atento. Você pode estar sofrendo com a hipertensão arterial. Trata-se de uma doença silenciosa, que atinge 27% da população brasileira e é a quarta principal causa de morte no Brasil, ficando atrás somente do infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e do tabagismo. 

Na semana em que todo o país se mobiliza para o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26 de abril), o cardiologista Ricardo Rodrigues, de Londrina, esclarece que este mal, causa de várias outras doenças, pode ser evitado com pequenos cuidados. 

“Muitos nem sonham que têm problemas de pressão. A doença é silenciosa, com poucos ou nenhum sintoma, e atinge todos os grupos populacionais, por isso é fundamental que, desde cedo, as pessoas cultivem hábitos de vida saudáveis”, afirmou. “É verdade que o fator genético tem peso nisso, mas ele pode ser compensado com a mudança da rotina”, acrescentou, citando que o consumo de grande quantidade de sal, o cigarro, abuso de álcool, sobrepeso, vida sedentária e aumento do colesterol são fatores de risco que podem ser evitados. 

Apesar de apresentar poucos sintomas, como cefaléia contínua e tonturas, o cardiologista esclarece que o diagnóstico pode ser confirmado de forma bastante simples, em um consulta médica casual. “Para a constatação, nós consideramos o histórico do paciente, os resultados do exame físico e o valor pressórico”, informa, salientando que uma leitura de 140/90 mm Hg ou mais é considerada alta, mas o diagnóstico não pode ser baseado em apenas um registro. “A medição deve ser feita novamente, ao menos em outros dois dias diferentes, para ter certeza que a pressão alta persiste.”

Mas, por que é tão importante manter a pressão arterial sob controle? O médico explica que a elevação persistente da pressão do sangue a valores iguais ou maiores que 14 por 9 pode danificar diversos órgãos do corpo humano como cérebro, rins, olhos e coração, levando a acidentes vasculares cerebrais, à insuficiência renal, cegueira definitiva, insuficiência cardíaca e abortos, devido ao caráter sensível dos vasos sanguíneos presente nos orgãos mencionados. 

Após diagnosticada, o cardiologista detalha que a doença pode ser controlada em duas frentes: com a mudança do estilo de vida e utilização de medicamentos. Tudo acompanhado anualmente pelo médico. 

“Doença de velho”

O cardiologista destaca que, embora ainda seja comum no imaginário popular o conceito de hipertensão arterial como uma doença de idosos, ela atinge grupos populacionais de diferentes faixas etárias e gêneros. 

“Se engana quem pensa que hipertensão é doença de velho, ela atinge pessoas cada vez mais novas e por isso é tão importante que os pais comecem desde cedo a estimular seus filhos a fazer atividade física, não fumar e se alimentar de forma saudável”, destaca Rodrigues. “É muito mais difícil modificar os hábitos depois de adulto.”

Ele lembra ainda que a hipertensão também não pode ser vista como uma “doença só de homens”, embora ela seja predominante neste grupo. 

Conforme o especialista, a pressão alta e suas complicações são a principal causa de morte entre as mulheres. “Quando não causa a morte, a hipertensão arterial pode levar a outros problemas, como lesões renais, acidente vascular cerebral, doença isquêmica do coração, entre outras que comprometem a qualidade de vida não apenas do paciente, mas de toda a família”, afirma. “Imagine para as crianças o que é perder a mãe ou vê-la parcialmente inválida, por uma doença que poderia ser perfeitamente evitada.”

Info

Folha de Londrina
Fernanda Carreira 
Reportagem Local
26/04/2012

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