Festas de fim de ano sem exageros

Festas de fim de ano sem exageros
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Especialistas reforçam que consumir alimentos e bebidas em excesso pode levar a problemas de saúde

No embalo das festas de fim de ano, é normal descuidar-se um pouco da alimentação. Afinal, os pratos que costumam acompanhar as festividades dessa época são uma tentação para qualquer um. Porém, até mesmo para quem leva uma vida saudável e mantém os exames e a saúde em dia é importante tomar alguns cuidados para não ter de passar as festividades na companhia de um médico.

O relaxamento com o equilíbrio da dieta leva as pessoas a um consumo maior de sais, gorduras e açúcares. Se as atividades físicas também forem deixadas de lado, o risco pode ser ainda maior. Essa combinação pode resultar em prejuízos para o organismo, em especial ao coração.


O cardiologista londrinense Laercio Uemura observa que é bastante comum o aumento de casos de doenças cardíacas nesta época do ano, impulsionado principalmente pelos exageros à mesa. “Alimentos muito consumidos no final do ano, como as carnes (pernil, peru e lombo) e acompanhamentos (maionese, farofa e molhos), são ricos em gorduras saturadas e podem acentuar os níveis de colesterol no sangue, o que pode ser um problema não somente para o coração, mas para o aparelho cardiovascular”, explica.


O especialista também orienta o consumo moderado de alimentos ricos em açúcar, já que podem ser transformados em triglicérides (gorduras provenientes da alimentação e do metabolismo) que, associados ao colesterol, diabetes aceleram o processo de aterosclerose (depósito de gordura nas artérias ao longo dos anos).


Exagerar nas bebidas alcoólicas também não é um bom negócio. “O álcool aumenta a frequência cardíaca que pode ser um problema especialmente nos pacientes que já tenham alguma alteração no coração. No sistema cardiovascular, o etanol presente nas bebidas alcoólicas pode estimular o sistema elétrico do coração, causando alterações no ritmo cardíaco, as famosas arritmias”, aponta o médico do Centro do Coração Londrina.


ESTRESSE

No fim do ano o acúmulo de funções, desde as entregas de relatórios e planejamentos no trabalho até a ceia de Natal e Ano Novo e a programação das férias das crianças, acaba elevando o nível de cortisol, hormônio de estresse, no organismo. De acordo com a Isma – BR (Internacional Stress Management Association – Brasil), o estresse aumenta 75% no último mês do ano. Essa correria para tentar cumprir prazos, organizar as despesas extras e as festas de fim de ano, além do estresse, provoca também depressão. Segundo dados do CVV, o Centro de Valorização à Vida, o número de ligações cresce 20% nesta época do ano.


“O estresse e a depressão elevam o nível de cortisol no organismo, o que faz com que a frequência cardíaca e a pressão arterial aumentem também. Além disso, com a quantidade de atividades que precisam ser feitas no fim do ano, a pessoa que já tem diabetes e hipertensão, por exemplo, pode se esquecer de usar os medicamentos e agravar ainda mais o problema de saúde”, explica o cardiologista do Cecam, Anis Mitri, de São Paulo.

Não dá para resistir muito”


A reportagem da Folha foi às ruas para ouvir a opinião de alguns londrinenses sobre os exageros relacionados a alimentação e bebidas cometidos nas festas de fim de ano. A dona de casa Rosemeire Silva Santos Sousa, de 55 anos, conta que as comemorações acontecem em sua casa e a mesa é farta. “Os filhos vêm em casa e a gente faz a festa. Tem peru, macarrão, churrasco, essas coisas assim”, explica. A mesma coisa acontece com Maria Isabel Cassemiro, de 62 anos. “A gente faz a festa em família, se reúne, tem maionese, uma sobremesa”, afirma a dona de casa.


E diante de tantas comidas variadas e em grande quantidade, os exageros sempre podem acontecer. Rosemeire, porém, garante que se controla. “Meu marido e filhos comem comida gordurosa, eles gostam, mas eu não como”, afirma, dizendo que tem um bom motivo para não extrapolar. “Eu tenho problema de coração, já fui operada, não posso comer comida com gordura.” Já Maria Isabel diz que tenta não exagerar, pois também já teve problemas de saúde. “Não dá para resistir muito, mas a gente tenta comer só um pouquinho de cada”, revelou, complementando que tem de haver controle para não prejudicar a saúde.


Além de excessos com comida e bebida, que prejudicam a saúde, o estresse também pode surgir nesse período do ano. “Final de ano o estresse afeta muito o organismo e mexe com o emocional da gente”, confirma Maria Isabel, ressaltando a importância de cuidar da saúde não apenas nessa época, mas em todo o ano.


Já o construtor Leandro Teixeira, de 31, diz que gosta de viajar para reduzir o grau de estresse.

Aline Andrade

Reportagem Local
Folha de Londrina | Caderno Cidades
22/12/2016
Ilustração: Folha Arte

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