Diabetes e o risco de problemas cardíacos

Diabetes e o risco de problemas cardíacos
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Especialista, quando a doença é detectada no início, as chances de se preservar o coração são grandes
Profissionais das UBS de Londrina intensificam os trabalhos de conscientização para a prevenção e o tratamento da diabetes
Londrina – Além de todos os males que o diabete por si só já causa a saúde, a doença também aumenta o risco de mortes por problemas cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral, o derrame. De acordo com o cardiologista Laércio Uemura, de Londrina, um paciente diabético que nunca teve infarto corre o mesmo risco de morrer de algum problema no coração que um indivíduo não diabético que já sofreu infarto. 

Em um estudo aprofundado feito recentemente nos Estados Unidos com 50 mil pacientes que apresentaram o quadro de insuficiência cardíaca, 40% tinham diabetes. “São pacientes com alta taxa de mortalidade de doenças cardíacas. Eles requerem muito mais cuidados”, expôs. Segundo Uemura, o coração do diabético tem massa muscular maior, com uma parede mais espessa. “Ao longo dos anos, a rigidez das três artérias principais é comprometida. Elas perdem a função de contrair e dilatar e isto ocasiona as doenças”, explicou. 

Uemura destaca que o mais importante é que o diabetes seja detectada cedo, no que os especialistas apontam de estágio do pré-diabético. “Quando se descobre logo no início, as chances de se preservar o coração são grandes. O difícil é que como os sintomas iniciais são quase imperceptíveis, a pessoa não sabe que tem a doença”, contou. O cardiologista orienta que exames periódicos são importantes para detectar esta e outras doenças. “Não pode descuidar, tem que sempre estar atento a qualquer sinal estranho”, aconselhou. 

A prevenção, segundo Uemura, envolve a mudança de hábitos, principalmente alimentares. “É importante saber como controlar os níveis de açúcar do sangue, pressão arterial e colesterol. Fatores como a má alimentação e o tabagismo só prejudicam”, advertiu. 

A obesidade também está diretamente ligada com a má saúde do coração. “No tratamento, o paciente é estimulado a manter o peso ideal, por meio de atividades físicas. Não tem outro jeito, é preciso determinação para se manter saudável”, frisou. 

Unidades de saúde 

Profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Londrina intensificam os trabalhos de conscientização para a prevenção e o tratamento da diabetes neste mês. As atividades fazem parte da celebração do Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro). De acordo com a coordenadora do Programa Municipal Saúde do Adulto, Juliana de Oliveira Marques, as unidades de saúde vão reforçar o debate sobre a doença nos grupos que participam das atividades desenvolvidas pelos profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da família (Nasf). Ao todo, são 14 grupos em Londrina. “Os enfermeiros e os profissionais do Nasf conversarão com a população sobre a doença, farão atividades físicas, encontros informativos públicos e rodas de conversa. Tudo dentro dos encontros dos grupos”, disse. 

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, na qual ocorre a destruição das células produtoras de insulina e o corpo deixa de produzi-las. É mais frequente em pessoas com menos de 35 anos. Já a diabetes tipo 2 possui fator hereditário maior do que no tipo 1 e está relacionada, muitas vezes, com a obesidade. O corpo produz insulina, mas é incapaz de absorvê-la. 

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991, pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em resposta ao crescente número de pessoas com a doença. De acordo com o Ministério da Saúde, de 2000 a 2010, o diabetes foi responsável por mais de 470 mil mortes em todo o Brasil.

Celso Felizardo
Reportagem Local
Folha de Londrina
14/11/2013
Foto: Shutterstock
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