Coração grande nem sempre é sinal de elogio
Quando alguém lhe diz que seu coração
é grande, é motivo de orgulho, pois quer dizer que é uma pessoa boa. Mas se
essa afirmação vier do seu cardiologista é algo com sentido bem diferente e que
não vai lhe render motivos para ficar feliz. Ele estará falando da insuficiência cardíaca ,
uma condição que deixa o coração aumentado e que o faz perder força, o que pode
ser bastante preocupante.
A insuficiência cardíaca deixa
as fibras do músculo cardíaco estiradas. “Conforme o tempo passa, o portador
desta doença vai começar a sentir os sintomas da insuficiência cardíaca, que é
a incapacidade do coração bombear o sangue oxigenado para as necessidades de
cada função do organismo”, explica o cardiologia Ricardo Rodrigues, do Centro
do Coração de Londrina.
Em alguns casos mais extremos o
coração pode atingir até 50% tamanho maior que o normal.
A doença acomete pessoas de todas as
idades – a partir dos 20 anos já é normal apresentar os primeiros sintomas – e
também não escolhe sexo. Ela acontece por conta do esforço que o coração exerce
e pode ajudar a desenvolver outros problemas de saúde que afetam o
coração e tendem a mudar a rotina e dia a dia do paciente.
Falta de ar e fraqueza são os
principais sintomas da cardiomegalia. “Eles aparecem principalmente quando o
paciente é submetido a algum tipo de esforço físico que pode ser pequeno, como
simples ato de uma caminhada ou carregar um objeto mais pesado”, acrescenta o
especialista.
Alguns sinais, como
desmaios, insuficiência renal associada, taquicardias ventriculares em
exame de ‘holter’ e baixa capacidade aeróbica marcam um grupo de pessoas quem
pode apresentar maior probabilidade de complicações. “Quanto pior a função,
maior a probabilidade de ocorrerem arritmias cardíacas, morte súbita e
cansaço aos esforços”, informa Rodrigues.
Quem também deve ficar atento são os
pacientes com histórico familiar de doenças cardíacas. Neste caso, é
fundamental realizar acompanhamento médico e repetir exames de rotina de seis
em seis meses.
De acordo com o cardiologista, o
tratamento se baseia na indicação de medicamentos. “O princípio é aliviar as
dores e a pressão interna no coração, e fazer com que ele trabalhe normalmente,
ainda que não esteja de acordo com seu tamanho ideal”, aponta o médico. “É
possível que o paciente tenha uma vida praticamente normal”, completa.
O cardiologista diz ainda que é
importante frisar que a alimentação é sempre uma forma de prevenir doenças.
Neste caso, alimentos que contenham muita gordura e oleosidade devem ser
evitados. Procurar um nutricionista para indicar uma dieta adequada representa
um passo importante para qualquer doença cardíaca.
Com o surgimento dos primeiros
sintomas, torna-se fundamental a ajuda médica. “Quanto mais cedo é iniciado o
tratamento, melhor pode ser a resposta do organismo, o que vai permitir
preservar um nível maior de qualidade de vida ao paciente”, encerra Rodrigues.