Cardiologista reforça importância de manter cuidados com o coração durante pandemia

O medo do coronavírus tem feito muita gente deixar de procurar os serviços de saúde até mesmo para atendimentos emergenciais. E isso não é o indicado. Especialistas alertam que diante de quadros graves a orientação é buscar ajuda médica para evitar agravamentos que podem ocasionar até mortes.

“Ao notarem sintomas sérios de doenças que exigem rápida intervenção médica, como infartos, AVC e reações alérgicas sérias, é importante buscar um pronto atendimento hospitalar. Nestes quadros agir rapidamente pode significar a preservação da vida do paciente”, orienta o cardiologista Luiz Carlos Miguita, do Centro do Coração de Londrina.

Nos Estados Unidos, cardiologistas intervencionistas relataram uma queda de 50% ou mais no número de pacientes recebendo tratamento emergencial contra o infarto em hospitais. A cidade de Nova York, por exemplo, uma das mais atingidas pelo Sars-CoV-2, registrou aumento de oito vezes nas mortes em casa por parada cardíaca, em comparação com o mesmo período de 2019.

Os médicos acreditam que isso pode ser reflexo da sobrecarga no serviço de ambulância por causa do coronavírus, mas pode estar ligado também ao medo do paciente em buscar o hospital.

Diante do cenário de isolamento e dos problemas econômicos causados pela pandemia, os quadros de estresse, ansiedade e tensão podem representar um perigo maior, deixando as pessoas mais vulneráveis a infartos, AVCs e arritmias cardíacas, por exemplo.

“Já notamos que houve um aumento de relatos desse tipo no consultório, as pessoas estão mais nervosas e tensas com essa mudança radical no estilo de vida. E isso é preocupante. Nestes casos, visitar o médico, manter os exames em dia e seguir as orientações é fundamental para diminuir os riscos”, reforçou o cardiologista.

Ao identificar algum sintoma mais intenso e que piora com o tempo, como desconforto no peito, tontura, falta de ar, confusão mental, formigamento em membros superiores, a orientação é buscar ajuda em um pronto-atendimento. Esses locais estão se estruturando para separar pessoas com suspeita do coronavírus dos outros pacientes.

Miguita destaca que é necessário não descuidar das medidas de prevenção ao coronavírus. “Não deixe de usar máscara, tenha sempre em mãos álcool em gel e mantenha distância mínima de dois metros de outras pessoas”.