Arritmias são principal causa de morte súbita

Arritmias são principal causa de morte súbita
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O problema acontece quando o coração começa a bater descompassado, fora de ritmo; realizar exames periodicamente é essencial

Segundo cardiologista, em geral, arritmias graves acometem pessoas que já possuem histórico de doenças cardíacas

Londrina – Cansaço, palpitações, desmaios, tontura. Estes são alguns dos principais sintomas das arritmias cardíacas. Elas acontecem quando o coração começa a bater descompassado, fora de ritmo. No Dia Nacional de Prevenção a Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) alerta que ela é a principal causa de morte súbita, uma dobradinha que faz 300 mil vítimas por ano no Brasil.

“Normalmente, o coração apresenta entre 60 e 100 batimentos por minuto. Esse processo é realizado por células cardíacas que geram estímulos elétricos que fazem o coração pulsar e garantem que órgão execute a circulação sanguínea e leve oxigênio para todo o corpo. Algumas disfunções podem afetar essas células e provocar a aceleração ou lentidão das pulsações. Se o problema não for tratado, pode até provocar paradas cardíacas e levar o paciente à morte”, explica o cardiologista do Centro do Coração de Londrina, Laercio Uemura.

Há dois tipos de arritmias cardíacas: a taquicardia (quando o coração bate rápido) e a bradicardia (quando as batidas são mais lentas) que, em alguns casos, precisa de marcapasso.

Segundo o cardiologista, em geral, arritmias graves acometem pessoas que já possuem histórico de doenças cardíacas, como infarto e doenças do músculo cardíaco (miocardiopatias). “Por outro lado, pessoas saudáveis também podem apresentar quadro de arritmias. Estas podem não interferir nas atividades do dia a dia e não provocar sintomas, podem ser benignas, ou seja, não causarem maiores problemas, mas podem ameaçar a vida. Até atletas podem ter esse tipo de arritmia”, alerta.

Os sintomas mais tradicionais são as chamadas palpitações, ou batedeiras, desmaios e tonturas. Confusão mental, fraqueza, pressão baixa e dor no peito também são sinais comuns.

FIBRILAÇÃO
No entanto, a doença também pode se apresentar de forma assintomática, por isso, grande parte da população desconhece seus riscos. Segundo Uemura, a falta de informação é um dos principais fatores que podem levar a uma fibrilação ventricular. “Esta arritmia grave, também chamada de parada cardíaca, não permite o bombeamento normal do sangue e só é tratada com choque elétrico, que pode ser dado por um aparelho chamado desfibrilador. Se este atendimento não for realizado com rapidez, leva à morte súbita”, reforça o cardiologista.

A fibrilação atrial, caracterizada pelo ritmo de batimento rápido e irregular dos átrios (câmaras superiores do coração), é o tipo de arritmia cardíaca sustentada mais comum nas consultas clínicas. A doença afeta 2,5% da população mundial, o que equivale a cerca de 175 milhões de pessoas. Estima-se que até 10% das pessoas acima de 75 anos possuam a doença. Com o envelhecimento da população, espera-se um crescimento expressivo da fibrilação atrial também no Brasil. “Esta arritmia interfere na qualidade de vida do paciente, podendo ter cansaço e queixa de palpitação”, diz o médico.

O diagnóstico pode ser feito por meio de eletrocardiograma (no caso de sintomas frequentes) ou através de aparelhos que monitoram os batimentos cardíacos por determinados períodos, como o “Holter”, que faz essa leitura por 24 horas, ou o “looper”, com o qual o paciente fica monitorizado por dias ou semanas.

TRATAMENTO
Depois de feito o diagnóstico, o tratamento pode ser com remédios, ablação por cateter, implante de marca-passo ou do desfibrilador automático implantável. Estes tratamentos ajudam o paciente a viver melhor, com mais qualidade de vida e bem-estar, além de aumentar o tempo de vida.

A melhor forma de prevenir as arritmias é realizar exames cardiológicos periodicamente. “O tratamento e a prevenção de doenças do coração são a melhor forma de evitar as arritmias”, observa o médico.

Consultar o especialista antes de iniciar qualquer programa de atividade física é outra forma de evitar problemas, já que não é incomum presenciar casos de morte súbita durante a prática de esportes.

Folha de Londrina
Cidades
12/11/2014
Foto: Shutterstock
em frente à clínica

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