Arritmias cardíacas atingem mais de 20% dos brasileiros

Arritmias cardíacas atingem mais de 20% dos brasileiros
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Fumo, colesterol elevado, diabetes e obesidade estão entre os fatores que contribuem para o aumento dos casos

Consumo exagerado de cafeína também pode provocar o problema
Você está na sala da sua casa, tranquilo, vendo tevê e, de repente, seu coração acelera, parece que vai sair pela boca. Junto vem a sensação de cansaço, tontura, calafrios. Pode ser uma arritmia cardíaca, uma alteração no ritmo cardíaco, que produz frequências rápidas, lentas e/ou irregulares.
“O coração pode acelerar (taquicardia) ou bater mais devagar que o normal (bradicardia). Ou, ainda, alternar estas alterações ou bater de forma irregular”, explica o cardiologista do Centro do Coração de Londrina, Laercio Uemura. Ele acrescenta que as arritmias cardíacas são alterações elétricas que provocam alterações no ritmo das batidas do coração. “As arritmias podem ser causadas por uma série de razões, como por exemplo, estresse, consumo exagerado de álcool, cafeína, uso de drogas, alguns tipos de medicamentos e doenças como doenças do músculo cardíaco, infarto do miocárdio, hipertensão arterial, doenças da tireoide, entre outras”, observa.

No Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, celebrado em 12 de novembro, a Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca (Sobrac) reforça o alerta: mais de 20% da população brasileira, algo em torno de 40 milhões de pessoas, convivem atualmente com algum tipo de arritmia. “Apesar do grande número de vítimas todos os anos, as arritmias cardíacas e a morte súbita ainda prescindem de ampla divulgação no Brasil. O IBGE confirmou recentemente que as doenças cardiovasculares matam mais que quaisquer outras, incluindo o câncer”, ressalta o cardiologista.

Entre os fatores que contribuem para o aumento dos casos, segundo o especialista, está o aumento da expectativa de vida e da prevalência de fatores de risco como hipertensão, fumo, colesterol elevado, diabetes e obesidade. Os sintomas podem ser bem característicos, mas em alguns casos o problema pode aparecer de maneira silenciosa, com a morte súbita sendo a primeira manifestação. “Por outro lado, pessoas saudáveis também podem apresentar quadro de arritmias. Estas podem não interferir nas atividades do dia a dia e não provocar sintomas, podem ser benignas, ou seja, não causarem maiores problemas, mas podem ameaçar a vida. Até atletas podem ter esse tipo de arritmia”, ressalta o médico.

De acordo com a Sobrac, a cada dois minutos uma pessoa morre em decorrência de morte súbita, causando cerca de 300 mil óbitos todos os anos no Brasil, sendo a maioria relacionada com a doença arterial coronariana.

COMO TRATAR
Depois de feito o diagnóstico, o tratamento pode ser com medicamentos, ablação por cateter, implante de marca-passo ou do desfibrilador automático implantável. “Estes tratamentos ajudam o paciente a viver melhor, com mais qualidade de vida e bem-estar, além de aumentar o tempo de vida”, explica Uemura.

A melhor forma de prevenção é realizar exames periódicos. Por isso, o médico reforça a importância do check-up regular, principalmente entre os indivíduos que já apresentam algum problema cardíaco ou que tenham histórico familiar de doenças do coração e principalmente de morte súbita. Consultar o médico antes de iniciar qualquer tipo de atividade física também é fundamental, pois não é incomum presenciar casos de morte súbita durante exercícios.
“É importante salientar que, antes de começar a treinar, a pessoa deve fazer uma avaliação física, porque alguns problemas de coração limitam os tipos de exercícios que podem ser realizados sem riscos à saúde. Se o treinamento é praticado de maneira muito intensa, pode ocasionar alterações no coração que colaboram para o surgimento de arritmias”, orienta o médico.
O programa de prevenção à arritmia cardíaca ainda inclui alimentação saudável e balanceada. A dieta diária deve ser rica em nutrientes. “É importante também reduzir o consumo de álcool e parar de fumar”, encerra Uemura.
Reportagem Local
Foto: Shutterstock
12/11/2015
em frente à clínica

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