A síndrome de Wolff-Parkinson-White impede atividades físicas?
A síndrome de Wolff-Parkinson-White é uma doença onde existe uma via elétrica
extra que conecta os átrios aos ventrículos, fazendo com que o impulso elétrico
chegue mais rápido ao ventrículo e cause taquicardia. Às vezes, essa via
elétrica não causa taquicardia, mas produz alteração no eletrocardiograma que
deixa o QRS (representação elétrica da contração ventricular) mais largo
(pré-excitação ventricular). A causa da síndrome de Wolff-Parkinson-White é
congênita, ou seja, alteração presente desde o nascimento ou intra-útero.
Respondendo
à pergunta, os pacientes portadores da síndrome de Wolff-Parkinson-White não
podem exercer atividades físicas competitivas (futebol, vôlei, basquete) nem
esportes radicais (mergulho, escalada, asa-delta). Esses pacientes
também não podem exercer profissões de risco (piloto, motorista, operador de
máquinas pesadas, entre outras).
Importante
esclarecer que as manifestações da síndrome de Wolff-Parkinson-White podem
iniciar-se em qualquer fase da vida, geralmente dos 10 aos 50 anos. Os
principais sintomas são: palpitações, tonteira, falta de ar, dor no peito e,
muito raramente, morte súbita. Porém, algumas pessoas não apresentam quaisquer
sintomas.
A
patologia é diagnosticada por meio da história clínica do paciente, exame
físico e exame de eletrocardiograma (ECG), no qual é observada a onda delta
(feixe de onda de maior amplitude e menor frequência) associada a um intervalo
PR (espaço de tempo entre as ondas P e R) diminuído.
Seu
tratamento pode envolver uso de medicação, mas na maioria das vezes é
eminentemente cirúrgico, no qual é realizada a ablação (destruição) do feixe de
transmissão anômalo para que os impulsos nervosos voltem a ser conduzidos pelas
vias anatômicas normais entre o átrio e o ventrículo do coração.
Após
a ablação não há qualquer restrição para atividade física e qualquer profissão
poderá ser exercida.
Ricardo Rodrigues
Cardiologista
Centro
do Coração de Londrina